Sobre o instrutor:
Resumo do seminário
Como a modelagem pode ser usada na luta contra o mosquito invasor da malária, Anopheles stephensi, na África? O painel se concentrou em An. stephensi, a espécie invasora capaz de transmitir malária e ameaçar cada vez mais o continente africano. Sarah Zohdy (CDC) apresentando os trabalhos de Fitsum Tadesse (AHRI, Etiópia), Courtney Murdock (Cornell University) e Jeanne Samake (CDC).
Sarah Zohdy (para Fitsum Tadesse) apresentou a história da disseminação de An. stephensi no continente africano. Desde seus primeiros relatos em Djibouti (na costa leste da África) de 2012, a espécie já foi relatada em oito países africanos. O Djibouti passou de um estado de pré-eliminação em 2010 para um aumento de 26 vezes nos casos anuais de 2012 a 2020. Dada a ecologia do vetor An. stephensi, incluindo sua capacidade de reprodução em habitats urbanos, estima-se que 126 milhões de pessoas em toda a África possam estar em risco de contrair malária devido ao vetor invasor. A reprodução em recipientes artificiais também leva a padrões perenes de transmissão de doenças, pois estudos concluíram que o vetor pode transmitir tanto o Plasmodium falciparum quanto o parasita P. vivax.
Courtney Murdock fez uma apresentação sobre os fatores ecológicos de An. stephensi e da malária urbana na Índia. A ecologia do vetor tem muitas semelhanças com a da África. Em ambientes urbanos indianos, o vetor normalmente repousa em ambientes fechados, em galpões de gado e se alimenta tanto de gado quanto de humanos. Ao combinar dados de campo e de laboratório, o estudo quantifica a competência vetorial sob diferentes condições climáticas com análises subsequentes sobre as variações espaciais e temporais na dinâmica de transmissão, incluindo os efeitos das mudanças climáticas. Os resultados até agora mostraram grandes variações espaciais e agrupamento nas áreas de estudo, onde microclimas internos e externos também levam a diferenças nos preditores de adequação ambiental. Trabalhos futuros incorporarão os efeitos da umidade relativa e variações nos fatores socioecológicos.
Jeanne Samake apresentou a incorporação de dados genômicos para prever a invasão de An. stephensi. O sequenciamento genômico de mosquitos An. stephensi coletados na Etiópia e na Somalilândia revelou diferenças espaciais nas linhagens, indicando múltiplas introduções. Além disso, as análises da rede genética revelaram centros de dispersão vetorial na Etiópia e na Somalilândia. Modelos de adequação de espécies comparando aqueles com e sem distâncias genéticas incluídas como determinantes não revelaram efeitos significativos do fluxo gênico/variabilidade genética. Trabalhos subsequentes usarão todo o genoma para entender melhor a adaptabilidade e expansão do vetor.
Seminários relacionados




